mercredi 23 avril 2014

O Sol morreu aqui de João Negreiros

"O Sol Morreu Aqui" - romance

"O Sol morreu aqui Veraçor éditora 2013 . c’est un roman complètement surréaliste, où des personnages s’opposent et se superposent, construit comme une pièce de théâtre, une mise en scène. Ils rentre en scène doucement, tandis que le narateur nous les décrits. personnages dérangeant parfois, poétique, brutal, humoristique tout à la fois, et une pléiade de jeux de mots. Au centre de ce roman une vieille dame et une maison, qui prend vie sous la plume de João Negreiros tous les étés avec de nouveaux locataires à chaque saison, des personnages qui sont des plaies ouvertes, parfois atteint de folie, La femme battu, l’enfant roi, l’artiste déchu par exemple et tout tourne autour de cette vielle dame, qu'on voudrait avoir, pour Grand Mère, pour Mère et de cette maison…. Je ne vous raconte pas la chute qui en est une… Extraordinaire, tout bouge, tout est vivant dans se roman la moindre chaise à la maison, même le soleil…d’une grande qualité littéraires… j’ais adoré.

O Sol Morreu Aqui Veraçor Editora 2013. romance surreal, onde as personagens se opõem e se sobrepõem, construído como uma peça de teatro,. perturbante, poético, brutal, humorado, ao mesmo tempo, cheio de trocadilhos. Ao centro deste romance uma avó e uma casa que ganha vida em cada palavra, todos verão com novos inquilinos, personagens que são feridas abertas, por vezes, cheias de loucura,, e tudo se passa em volta da avó e da casa .... Eu não divulgo a queda queda é uma ... Extraordinário, tudo se move, tudo está vivo neste romance, a cadeira, a casa, mesmo o sol ... uma grande qualidade literária, ... adorei

"O sol Morreu aqui" de João Ngreiros, Ver Açor Editora 2013 http://www.veracor.pt/view.php?id=81

O romance “O Sol Morreu Aqui” venceu o prémio literário internacional Dias de Melo de 2012. O júri, constituído por personalidades de reconhecido mérito literário, foi unânime em considerar a obra de João Negreiros merecedora do prestigiado galardão, tendo decidido também apoiar a sua edição. Os membros do júri consideraram que o romance vencedor será “um marco importante na literatura portuguesa", sendo uma obra de “inegável valor literário muito superior à maior parte das que se vão publicando em Portugal”. “O originalíssimo narrador auto reflexivo e subversor da própria narrativa que controla, embora finja muitas vezes que ela se lhe escapa; o desconcertante clima surrealista num livro de sabor realista; a lúcida dimensão ética que assume; a forma como, a partir de várias histórias que correm em paralelo, acaba por as tornar numa unidade narrativa; a ironia de uma eficácia rara”; foram algumas das razões apontadas pelo júri, para declarar a obra como vencedora do concurso

Excerto d' "O Sol Morreu Aqui" A casa tem saudades dos que lá estiveram mas tenta não se lembrar deles. Foi a maneira que arranjou de evitar um sentimento que desmoronasse. A casa é muito inteligente. Tenta encolher as arestas onde se possa esconder maldade. Tenta arredondar bicos de mobília, tenta comer borbotos que piquem em almofadas fofas, tenta engolir o pó que faça as pessoas tossir impropérios. A casa é muito inteligente e faz tudo para evitar o destino, o destino é destituído e não quer saber mas a casa há-de manter-se de pé, lutando por um futuro melhor. Se as pessoas e os bichos e as plantas que são a vida não evitam a maldade, porque não hão-de os objectos inanimados tentar a sua sorte? Porque não? Porque não? Porque não? Porque não? Os colchões em roupa interior vão para as varandas já secas e apreciam a vista que o pudor permite. A Primavera tosse um líquido viscoso por todos os orifícios e vê-se morrer e a secar para dar lugar a algo melhor e mais radiante. As escadas descem-se melhor sem poeiras. Tapetes feitos de muito tempo conversam pendurados numa corda de estendal e copos de pé que estão por decoração são lavados com o detergente a tomar as vezes do álcool. Passarinhos pousam no recheio lá fora e tecem considerações pelo progresso não ter vindo por aquelas bandas dar conta deles e de tudo o resto. Depois as almofadas, lençóis, fronhas, colchas e toalhas fazem uma viagem em filas de cestos até à lavandaria e nela conversam sobre a actualidade. Como passaram a vida em gavetas, as conversas são curtas e inexistentes. Cheira a lavado. O cheiro a lavado, para quem é da cidade, pode ser facilmente confundido com Primavera, natureza, ar puro, felicidade ou algo muito bom para sobremesa.

Excerto d' "O Sol Morreu Aqui" Há pessoas sãs que acreditam em cada coisa! E há pessoas desvairadas que acreditam em coisas lindas e exactas. E há pessoas sãs de cabeça e de corpo que não acreditam em nada, nem no ar, nem nos bichos, nem nos corpos, nem em nada. Todos têm medo da estranha por estar a começar a deixar de o ser, mas o contrário é a tristeza. É melhor a desgraça ou a tragédia que a tristeza. Na tristeza não acontece nada. Na desgraça ou na tragédia ainda a gente se entretém.A Lúcia filha, que é para todos Lu, diz juntando-se à festa:- Se a Dona Noémia não se importa eu não me importo e se a Vera quer tanto acho que devíamos tratar dos papéis para termos a Dona Noémia como avó. E agora está também a Lu senil e a senilidade em idades tão jovens é a verdade e, por isso, todos se tranquilizam e entram na festa apesar de só haver chá preto, bolacha Maria, bolacha torrada e compota a compor tudo aquilo

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